LÁZARO BARBOSA FEZ CURSOS DE ‘EMPATIA, SEXUALIDADE E PARA SE COLOCAR NO LUGAR DAS VÍTIMAS’, NA PENITENCIÁRIA DA PAPUDA Curiosidades by Bata Online - 0 Quatro anos após cumprir pena pelos crimes de roubo e estupro praticados em 2009, no Distrito Federal, Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, chegou a participar de vários cursos para ressocialização, no Complexo Penitenciário da Papuda. LEIA TAMBÉM: o que se sabe e o que falta saber sobre assassinato de família em Ceilândia ‘Não existe comando’, diz PM do DF sobre buscas; especialistas criticam ‘falta de planejamento’ ‘Assistiu ao jornal, comentou sobre crime e depois fugiu’, diz PM ‘Autor de crimes bárbaros’, diz polícia Segundo informações do processo o qual o G1 teve acesso, antes de passar do regime fechado para o semiaberto, em 2014, o detento fez cursos de “empatia, sexualidade e para se colocar no lugar das vítimas“. Lázaro também participou “satisfatoriamente de todos os encontros do grupo de relações pessoais” (veja detalhes mais abaixo) e recebeu atestado de “bom comportamento”. Já um laudo psicológico, feito em 2013, aponta que o criminoso tem características de “agressividade e preocupações sexuais” e é acostumado a andar no mato. Já investigadores afirmam que ele é “um psicopata imprevisível“. A formação na penitenciária, portanto, é voltada “para sensibilização, orientação e educação no âmbito do comportamento sexual”. Foragido, Lázaro Barbosa tem extensa ficha criminal e, desde o dia 9 de junho, também é procurado pelo assassinato da família Marques Vidal, no Incra 9, em Ceilândia. As buscas por ele chegam ao 10º dia, nesta sexta-feira (18). ‘Colocar-se no lugar da vítima’ Mulher feita refém por Lázaro Barbosa relata momentos de terror: ‘Fica na cabeça’ Segundo relatório de 26 de setembro de 2014, ao deixar a Penitenciária II e passar para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) do presídio, Lázaro “trabalhou as temáticas relativas à Lei Maria da Penha e Estatuto da Criança e do Adolescente; sexualidade saudável e parafilias [fantasias sexuais]”. O réu também participou de formações voltadas às estratégias para “assumir, entender, mudar; de empatia: colocar-se no lugar da vítima; compreensão de fatores de risco e fatores protetores”. ‘Ele não está brincando, vai atirar para matar’, opina criminóloga Ilana Casoy sobre suspeito de chacina de família no DF Vítimas rendidas por Lázaro Barbosa no DF relatam momentos de terror: ‘Fica na cabeça’ Os crimes de estupro e roubo que o levaram à prisão na capital federal foram praticados em 15 de novembro de 2009, segundo a investigação. Nove meses depois, em 26 de agosto de 2010, ele foi preso e, logo após, condenado a 12 anos, 8 meses e 19 dias de reclusão. Três anos após a prisão, Lázaro participou dos cursos para progressão da pena para o regime semiaberto e, assim, conseguir benefícios externos, como direito ao trabalho. A progressão da pena foi concedida pela Justiça mesmo após o laudo criminológico atestar características de personalidade de Lázaro, como “agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia”. O documento, de 22 de novembro de 2013, foi elaborado por três psicólogos do Centro de Observação (CO), órgão vinculado à antiga Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Sesipe). Os técnicos concluíram que “Lázaro deveria ser submetido à frequência de cursos antes de ter deferido em seu favor a fruição de benefícios externos” e que se fosse “inserido no contexto social e ambiental ao qual pertencia antes de sua reclusão, provavelmente retornaria a delinquir”. Atestado de ‘bom comportamento’ Ainda segundo documento, após cumprir o lapso temporal necessário da pena imposta no regime fechado e de conseguir um “atestado de bom comportamento” emitido pela direção do presídio, Lázaro passou a cumprir pena no regime semiaberto, em 14 de março de 2014. O detento, então, foi transferido da PDF II para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), “a fim de que pudesse ser incluído nos tratamentos sugeridos no laudo criminológico, com a finalidade de analisar posteriormente a concessão dos benefícios externos”. À época, Lázaro também participou do Programa de Sensibilização para Usuários de Substâncias Psicoativas. O relatório foi expedido em 28 de julho de 2015. Na época, ele fez cursos sobre a Lei Antidrogas, os efeitos das drogas e as consequências biológicas, além de aulas sobre “dependência física e psicológica, fatores de risco e fatores de proteção, auto imagem e autoestima, consequências sociais do uso de drogas e síndrome de abstinência e compulsão e sobre os tipos de tratamento“. Policiais se mobilizam para capturar Lázaro Barbosa, suspeito de assassinatos em série e que está foragido há 10 dias, em Girassol, distrito do município de Cocalzinho de Goiás (GO) — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo Nome falso No processo iniciado em 2009 foi anexada outra condenação à pena de três anos de reclusão por porte de arma de fogo em Corumbá de Goiás (GO). Com isso, a sentença de Lázaro foi aumentada para 15 anos, 8 meses de 19 dias de prisão, em regime fechado. Lázaro Barbosa: Polícia Civil divulga possíveis disfarces de suspeito de chacina no DF; veja imagens A nova decisão saiu em 19 de julho de 2013. Nessa época, quando foi pego, Lázaro se apresentou aos policiais com o nome falso de Gabriel Barbosa de Souza. Trabalho externo e fugas Fachada do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) — Foto: TV Globo / Reprodução Após cumprir as exigências determinadas no laudo, Lázaro foi beneficiado com trabalho externo, via Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), em 8 de janeiro de 2016. O direito está previsto na legislação. Segundo processo do Tribunal de Justiça do DF, “o sistema de cumprimento de pena vigente no ordenamento jurídico brasileiro é progressivo”, o que significa que “a pessoa progride do regime mais grave para o menos grave, na medida em que for atingindo os lapsos temporais previstos na Lei de Execução Penal”. O texto cita ainda que “o Brasil não contempla pena de prisão perpétua e nem pena de morte”. LEIA TAMBÉM: Ibaneis diz que suspeito de chacina faz polícias do DF e de Goiás ‘quase como de bobas’ Mulher desaparecida após triplo homicídio é encontrada morta em córrego no DF Suspeito de triplo homicídio no DF rouba carro e foge em direção a Goiás, diz PM Lázaro foi beneficiado com trabalho externo e transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em 26 de janeiro de 2016, mas fugiu dois meses depois. “Desta forma, de acordo com o lapso temporal entre a entrada no CPP e a fuga, é possível afirmar que Lázaro usufruiu de pelo menos três saídas antes de empreender fuga do estabelecimento prisional”, destacou o Tribunal de Justiça do DF. Buraco no teto da cela aberto para a fuga de Lázaro Barbosa da cadeia de Águas Lindas de Goiás, em 2018 — Foto: Reprodução/Polícia Militar A Vara de Execuções Penais expediu o mandado de prisão para recaptura do foragido, em 20 de abril de 2016, que resultou na captura de Lázaro, em Águas Lindas de Goiás, em 7 de março de 2018. Na época, a Justiça cumpriu o mandado de prisão da Comarca de Barra do Mendes, na Bahia, onde Lázaro foi condenado por homicídio qualificado. Antes de ser novamente transferido para o DF, ele conseguiu abrir um buraco no teto e fugir do presídio de Águas Lindas, quatro meses depois, em 23 de julho de 2018. Fonte: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/06/18/lazaro-barbosa-fez-cursos-de-empatia-sexualidade-e-para-se-colocar-no-lugar-das-vitimas-na-penitenciaria-da-papuda.ghtml Foto Destaque: Montagem G1 Share on TwitterTweet Share on Pinterest Share Share on LinkedIn Share Share on Digg Share